A implementação do Building Information Modeling (BIM) em projetos de grande escala, como hospitais, aeroportos ou infraestruturas urbanas, enfrenta desafios técnicos e operacionais que exigem abordagens estruturadas.

A complexidade inerente a esses empreendimentos, marcada pela multiplicidade de disciplinas e a necessidade de precisão absoluta, demanda soluções que vão além do domínio de ferramentas digitais. Saiba mais sobre o assunto no blogpost a seguir. Boa leitura!

Gestão de dados multidisciplinares

Um dos principais desafios é a gestão de dados multidisciplinares. Em projetos que envolvem dezenas de especialistas — desde arquitetos até engenheiros hidrossanitários —, a falta de padronização na nomenclatura de arquivos, camadas ou parâmetros gera conflitos e perda de informações críticas.

Para superar esse problema, a adoção de ambientes comuns de dados (CDE), como BIM 360 ou Autodesk Construction Cloud, centraliza modelos e documentos, garantindo acesso a versões atualizadas por todos os envolvidos.

Complementarmente, consultorias especializadas estabelecem protocolos de nomenclatura alinhados a normas ISO ou ABNT, facilitando auditorias e reduzindo retrabalhos em até 40% por meio de ferramentas automatizadas de clash detection, como Navisworks.

Interoperabilidade entre softwares

A interoperabilidade entre softwares também representa um obstáculo significativo. A diversidade de plataformas — como Revit para arquitetura, Tekla para estruturas metálicas e Civil 3D para infraestrutura — pode fragmentar fluxos de trabalho, especialmente em projetos que integram modelagem geotécnica ou simulações energéticas.

Como estratégia, priorizar softwares com APIs abertas permite a automação de exportações e sincronizações via scripts em Python ou Dynamo. Paralelamente, treinamentos especializados capacitam equipes em workflows híbridos, como a integração de modelos BIM com ferramentas de análise estrutural.

Resistência à mudança cultural

A resistência à mudança cultural é outro entrave comum. Profissionais acostumados a métodos tradicionais muitas vezes relutam em adotar o BIM devido à curva de aprendizado ou ao receio de expor erros em ambientes colaborativos. Para mitigar essa barreira, programas de mentoria conduzidos por consultores experientes demonstram ganhos tangíveis, como a redução de 30% no tempo de compatibilização de projetos.

A gamificação de treinamentos, com desafios internos e recompensas por domínio de ferramentas 4D, também engaja equipes, enquanto relatórios transparentes com métricas de produtividade reforçam a eficácia do método.

Complexidade na gestão de revisões

A complexidade na gestão de revisões em projetos com atualizações diárias exige controle rigoroso para evitar o uso de dados desatualizados. Sistemas como Revit Server ou BIMcollab automatizam o controle de versões, registrando alterações com carimbos de tempo e identificação do responsável.

Fluxos de aprovação digitalizados, via plataformas como Aconex, notificam stakeholders sobre pendências e validam alterações com assinaturas eletrônicas, enquanto backups em nuvem com histórico de 90 dias garantem recuperação ágil em caso de falhas.

Sustentabilidade do processo a longo prazo

Por fim, a sustentabilidade do processo a longo prazo depende da integração do BIM à cultura organizacional, evitando sua subutilização como mero requisito contratual.

Planos de evolução contínua, elaborados por consultorias, definem roadmaps com migrações progressivas — de BIM 3D para 4D (planejamento) e 5D (custos) —, enquanto indicadores de desempenho (KPIs) monitoram métricas como taxa de utilização de modelos em canteiro. Suporte técnico pós-implantação assegura atualizações periódicas de softwares e ajustes em templates, alinhando-se a novas normas técnicas.

Integração de novas tecnologias emergentes

A incorporação de tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) ou realidade aumentada em fluxos BIM existentes pode gerar incompatibilidades técnicas e sobrecarregar equipes pouco familiarizadas com soluções inovadoras.

Por outro lado, parcerias com provedores de tecnologia facilitam o desenvolvimento de plug-ins customizados para conectar sensores IoT a modelos BIM, permitindo monitoramento em tempo real de desempenho energético ou condições estruturais.

Além disso, treinamentos focados em análise preditiva (via IA) ou uso de óculos de realidade mista para visualização 3D em canteiros otimizam a adoção gradual, enquanto APIs unificadas garantem comunicação estável entre sistemas.

Escalabilidade de modelos BIM em megaobras

Em projetos com milhares de componentes (como redes metroviárias ou complexos industriais), modelos BIM tornam-se pesados, causando lentidão em softwares e risco de corrupção de dados.

Adoção de técnicas de modelagem modular, que dividem o projeto em submódulos georreferenciados (ex: estações de metrô como arquivos separados), reduzindo a carga computacional. Plataformas em nuvem com capacidade escalável (como Autodesk Forge) processam dados massivos sem comprometer desempenho, enquanto padrões de simplificação geométrica ajustam o detalhamento conforme a fase do projeto.

Gestão de contratos e conformidade legal

É verdade que projetos complexos envolvem múltiplas partes (construtoras, escritórios de arquitetura, fornecedores), o que pode gerar ambiguidades em contratos sobre responsabilidades no uso do BIM, como propriedade intelectual de modelos, divisão de custos de software ou penalidades por inconsistências em dados.

Como solução, há o desenvolvimento de contratos inteligentes (smart contracts) com cláusulas específicas para BIM, definindo:

  • Direitos de acesso e modificação de modelos por cada parte.
  • Protocolos para resolução de conflitos derivados de erros em dados compartilhados.
  • Metodologias de validação de entregas (ex: auditorias semanais de LOD – Level of Development).

Consultorias especializadas em BIM auxiliam na elaboração desses documentos, alinhando exigências legais a normas técnicas (como a ISO 19650). Plataformas de gestão jurídica digital, integradas a ambientes CDE, automatizam o rastreamento de conformidade e notificam partes sobre obrigações pendentes.

O BIM é a base para inovação! Escolha o parceiro certo

Em projetos complexos, o BIM transcende sua função como ferramenta tecnológica, tornando-se um pilar para inovação e eficiência. Ao combinar interoperabilidade, gestão de dados centralizada e capacitação contínua, empresas transformam desafios em vantagens competitivas, entregando obras com maior precisão, menor impacto ambiental e alinhamento às demandas de um mercado em constante evolução.

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